sexta-feira, 22 de março de 2013

Podia torcer sem essa


http://edilson-ifmt.blogspot.com.br/2011/04/maracana-verdadeira.html
Maracanã é um nome tupi, genérico de algumas espécies de papagaios verdes e/ou amarelos, nativos da mata atlântica! Também é sinônimo, por aquisição cultural, de alegria coletiva, de grandes comoções, de grandes clássicos e finais do futebol brasileiro e mundial, de festa popular! A Aldeia Maracanã e seu prédio oitocentista, ao lado do famoso estádio, é símbolo da cultura indígena desde muito antes da construção do gigante de concreto que adotou o nome de origem nativa. Hoje, porém, Maracanã é um imenso símbolo capitalista: a polícia faz a desocupação, à força, dos índios que ali vivem há sete anos, quando retomaram o espaço então abandonado do antigo museu da cultura indígena que tinha sido idealizado por Rondon há 100 anos.
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2012/08/511050.shtml

E assim, o governo fluminense perde uma grande chance de respeitar, preservar e valorizar as raízes culturais da aldeia carioca, do estado e do país! Entendo que os índios não queiram sair do local, sem saber pra onde ir, quando ficará pronto o prometido Centro cultural indígena, e entendo também que o interesse econômico sobre o local é maior do que qualquer discussão encampada até aqui. E quem paga pelo gigantesco templo de concreto que será cada vez menos brasileiro, pra variar, é o povo, já que o governo já gastou quase 2,5 bilhões com a área desde 1999 (segundo o site sosaldeiamaracana) e com a privatização deverá arrecadar apenas 150 milhões até 2048. Talvez um dia o Brasil seja propriedade da FIFA, da FIA e da Nike, da IMX, da Microsoft ou da Apple, da Nestlé ou da Monsanto, da General Motors ou da Volkswagen, da Globo ou do grupo Time-Warner... mas ainda é a nossa terra, ainda podemos tentar evitar isso, buscar outros caminhos, e não tem como eu simpatizar com esse tipo de atitude autoritária. Cada vez mais acho que essa copa do mundo no Brasil será uma reafirmação da conquista e demonstração de poder imperial como aconteceu na nossa América há cinco séculos.

A moça do sonho


O celular despertou às 6h, mas desliguei-o e me aninhei. Outro dia teria ligado a tv pra ver Smallville. Ou deveria ter levantado pra ir à dentista, onde só poderia ser atendido se chegasse às 7h. Mas voltei a dormir. Preciso descansar. A dor de dente e de coluna, o estudo em cima da hora pro concurso da UFPR, o barulho das máquinas na obra ao lado de casa, as contas atrasadas... são problemas mas também desculpas pra me estressar ainda mais e depois tentar recuperar horas de sono em momentos mais impróprios. Não, hoje mereço uma ou duas horas de sono a mais, pensei sem articular a frase, e sim, dormi.
Tive um sonho bonito, tipo sessão da tarde romântica. Tinha uma moça que não era a mais bonita, mas era doce. Ela tinha uma coruja que por um momento se aproximou de mim sem medo. Haveria uma festa onde essa moça era a filha do anfitrião e eu fingia que era convidado. Tentando encontrar um conhecido que talvez me arrumasse o convite, acabei dentro da festa, que era um jantar, mas eu ainda não tinha prato, e quase ninguém me conhecia. Os anfitriões apareceram e quando eu chamei a moça, pra explicar que era um penetra, ela me fez dançar. Eu só sabia dois passos pra cada lado, e percebi que estava de chinelos. “Você tem que sair dessa” disse ela, e eu fiquei confiante e comecei a dançar melhor, mas já não tinha música. Ela me abraçou de leve e eu tive o meu momento de cinderelo!
Acordei, e por causa do estudo para a prova, tinha caderno e caneta do lado da cama. Rascunhei a narrativa do sonho, mais ou menos completa. Estava feliz e agradeci a Deus pela hora sem dor. Hoje, 22 de março, é o último dia pra enviar um livro pra um grande concurso de literatura... tenho um livro de contos incompleto, talvez esse sonho o completasse... como aconteceu quando ganhei o concurso de contos de minha cidade com uma lenda local que me veio à mente em seus detalhes no último dia da inscrição. Mas não, esse sonho não veio para o concurso de literatura. Entendi a mensagem, que se repete em formas diferentes de vez em quando há muitos anos. A moça do sonho não é uma futura namorada ainda desconhecida, nem conhecida que tenha outro rosto; não é minha companheira amada, nem alguém do meu passado. É meu ideal, o objetivo real que só se realiza se nos apaixonarmos por ele, e se deixarmos que ele também nos guie, quer dizer, é preciso se moldar um pouquinho, e confiar no caminho. A moça do sonho é o bom futuro, e o protagonista do sonho sou eu, onde começo como menino inocente, torno-me adolescente um pouco rebelde e, embora atrapalhado — ousado, e por fim, um adulto que precisa seguir algumas regras, e sou tudo isso ao mesmo tempo. Não contei aqui o fim do sonho, um pouco mais real, o momento de acordar.... quem sabe no livro de contos num futuro muito próximo, pouco distante! A mensagem que me fica é a certeza de quem eu preciso ser, o personagem do sonho, menino, adolescente e adulto ao mesmo tempo, e talvez velho o bastante pra saber que vou acordar quando o sonho acabar, que a vida é um sonho e o sonho é real!