http://edilson-ifmt.blogspot.com.br/2011/04/maracana-verdadeira.html |
Maracanã é um nome tupi, genérico de algumas espécies de
papagaios verdes e/ou amarelos, nativos da mata atlântica! Também é sinônimo, por
aquisição cultural, de alegria coletiva, de grandes comoções, de grandes clássicos
e finais do futebol brasileiro e mundial, de festa popular! A Aldeia Maracanã e
seu prédio oitocentista, ao lado do famoso estádio, é símbolo da cultura indígena
desde muito antes da construção do gigante de concreto que adotou o nome de
origem nativa. Hoje, porém, Maracanã é um imenso símbolo capitalista: a polícia
faz a desocupação, à força, dos índios que ali vivem há sete anos, quando
retomaram o espaço então abandonado do antigo museu da cultura indígena que
tinha sido idealizado por Rondon há 100 anos.
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2012/08/511050.shtml |
E assim, o governo fluminense perde uma grande chance de respeitar, preservar e valorizar as raízes culturais da aldeia carioca, do estado e do país! Entendo que os índios não queiram sair do local, sem saber pra onde ir, quando ficará pronto o prometido Centro cultural indígena, e entendo também que o interesse econômico sobre o local é maior do que qualquer discussão encampada até aqui. E quem paga pelo gigantesco templo de concreto que será cada vez menos brasileiro, pra variar, é o povo, já que o governo já gastou quase 2,5 bilhões com a área desde 1999 (segundo o site sosaldeiamaracana) e com a privatização deverá arrecadar apenas 150 milhões até 2048. Talvez um dia o Brasil seja propriedade da FIFA, da FIA e da Nike, da IMX, da Microsoft ou da Apple, da Nestlé ou da Monsanto, da General Motors ou da Volkswagen, da Globo ou do grupo Time-Warner... mas ainda é a nossa terra, ainda podemos tentar evitar isso, buscar outros caminhos, e não tem como eu simpatizar com esse tipo de atitude autoritária. Cada vez mais acho que essa copa do mundo no Brasil será uma reafirmação da conquista e demonstração de poder imperial como aconteceu na nossa América há cinco séculos.